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domingo, 14 de fevereiro de 2016

A Casa do Começo da Rua

A Casa do Começo da Rua

Lá estava Eduardo, sentado na mesa da copa, tremendo e babando de tão fulo que se sentia. Raiva pura. Sabe quando bate o mau humor destampado e não tem jeito de desamarrar a cara? Pois é, igualzinho ao que Eduardo experimentava, imprecando sentado. E as palavras iam de “bastardo” até “diabo”.
A mãe do rapaz também estava na mesa.
Ela num canto e ele no outro.
A mulher, que beirava os cinqüenta anos, conservara muito de sua beleza juvenil e aprendera a ser paciente também. Pelo menos disso ela poderia tirar vantagem agora, Eduardo parecia estar impossível e ela sabia que se seu filho chegasse em casa desse jeitinho e fosse direto sentar-se na mesa da copa como havia feito, voando feito um furacão, passando, destruindo, arrasando e ignorando tudo pelo caminho, era sinal evidente de que algo não estava bem. Desde pequenino ele tinha esse gênio forte.
E ela, a mãe, teria que escutar horas e horas de lamentação.
Tempestade na certa.
E o garoto bufava agora:
- Foi ele mãe!!! Foi ele!!! Foi aquele cachorro! Maldito! Ai que ódio! Juro que um dia eu ainda me vingo daquele desgraçado! Se eu o pego de jeito... ah! Ele vai ver só! Torço o pescoço do infeliz e quero ver! – Eduardo tremia de raiva. Tinha o rosto tão vermelho que poderia ser confundido com um veranista descuidado. Seus braços estavam cruzados, como uma criança que faz birras, carantonhas e depois emburrou

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